Seca prolongada leva Espírito Santo a estado de alerta hídrico
A situação resultou em medidas restritivas no consumo de água de diversos setores
27 de setembro de 2024
Por: Carolina Vieira
Fonte: Assessoria de Comunicação Faes / Senar-ES
Por: Carolina Vieira
Fonte: Assessoria de Comunicação Faes / Senar-ES
A falta de chuva prolongada, com consequência da baixa vazão dos rios do Espírito Santo, fez com que o território capixaba chegasse ao estado de alerta hídrico, de acordo com declaração da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH). A situação resultou em medidas restritivas no consumo de água de diversos setores, incluindo a agricultura.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes) se posicionou diante da situação, orientando os produtores rurais a seguirem as novas determinações e acionarem o seguro agrícola como precaução contra eventuais perdas nas próximas safras.
Segundo a Faes, o impacto da seca pode ser severo para o setor, que já enfrenta desafios devido à redução de oferta hídrica para a irrigação e a necessidade de ajustes na produção. O presidente da Federação, Júlio Rocha, faz um apelo aos produtores capixabas.
"Estamos monitorando com atenção os impactos da estiagem no estado, que tem favorecido a propagação de incêndios florestais em vários municípios. Pedimos aos produtores rurais que fiquem atentos e acionem o seguro agrícola para se protegerem contra riscos que possam afetar a safra futura, afinal, a elevada evaporação exige que a água seja usada apenas para manter as plantas vivas, comprometendo a nutrição de frutos e flores", ressalta.
A medida visa proteger o abastecimento futuro e amenizar os efeitos da seca sobre a produção agrícola, que depende da irrigação. Entre as medidas indicadas para as plantações, estão:
- Utilizar de técnicas de irrigação mais eficientes como microaspersão ou gotejamento;
- Monitorar a umidade do solo, para que não haja desperdícios.
- Fazer a irrigação em horários que haja menor evaporação, como início da manhã ou fim de tarde, reduzindo as perdas causadas pela evaporação.
Ainda de acordo com a Resolução Nº 003 de 17 de setembro de 2024, publicada no Diário Oficial do Estado, são impostos alguns cortes no volume de captação de água para alguns setores. A irrigação terá uma redução de 20% no volume captado, enquanto o uso industrial e agroindustrial será limitado em 25%. Para as demais finalidades, a redução será de 35%.
Contudo, há algumas exceções. Olericultura com até dois hectares, cultivos em estufas e sistemas de irrigação hidropônicos, podem continuar utilizando água de maneira localizada.
Os proprietários de barragens também devem aumentar seus cuidados, realizando a manutenção das estruturas e garantindo o fluxo mínimo de água nos rios em direção aos reservatórios.
Diante do cenário, produtores rurais e os setores econômicos do Espírito Santo devem colaborar com o uso consciente e eficiente da água, evitando o agravamento da crise hídrica no estado.
O Sistema Faes/Senar-ES/Sindicatos Rurais também está mobilizado em uma campanha de conscientização sobre o uso responsável da água. Além de informar os produtores, o sistema busca envolver a sociedade na preservação desse recurso essencial.