Madrugadas, superação e o próximo degrau

O sol ainda não havia nascido quando Gervaso da Silva Oliveira foi até o curral para começar os trabalhos da primeira ordenha, às 4h30. É com esse leite que, todos os dias, é feito o queijo que permitiu com que ele e a mulher, Maria Antônia, sustentem os filhos e tenham uma vida digna.


A história de Gervaso da Silva Oliveira, produtor de queijo na Queijaria Sítio das Oliveiras, na zona rural de Alexânia, município goiano a cerca de 90 quilômetros de Brasília, mudou graças ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Os tropeços e aprendizados do início viraram uma história de superação, realização e esperança. Há oito anos, Gervaso e Maria Antônia deixaram o Distrito federal em busca do desejo de ter um lugar mais tranquilo para viver. E assim chegaram à pequena propriedade, cercados de dúvidas, mas também de muita expectativa.


“Botei o pé e já senti que esse era o lugarzinho que Deus havia preparado para mim”, lembra Gervaso. “Quando compramos a propriedade, não tinha nada, começamos do zero”, conta Maria Antônia. Mas os problemas e as dificuldades daquele começo tiraram o sono do casal.


“Comecei a botar um gado e tirar leite. Só que não fechava a conta e, claro, isso trazia muita preocupação”, explica Gervaso. Maria Antônia sugeriu a produção do queijo, mas o produto, hoje motivo de orgulho, também passou por provações. “A gente começou a fabricar, mas era um queijo que ainda não fazia sucesso”, recorda o produtor.



                  


Quando tudo parecia perdido, surgiu uma esperança. “Meu marido tem um amigo que falou: ‘tem o Senar, que vai ajudar muito vocês. Vão lá!’ Fomos e gostamos do que vimos”, diz a produtora.


“Os cursos para o leite e para o queijo já existiam. Aí corremos atrás para nos aperfeiçoarmos”, diz Maria Antônia. Foi neste momento que conheceram Allan Passos, técnico de campo do Senar que teve papel fundamental neste processo e deu o empurrão que faltava para a virada de chave na produção do queijo.


Ele começou as visitas ainda na pandemia para prestar a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar e identificou na propriedade um enorme potencial para aprimorar a produção de queijo. Logo os resultados começaram a aparecer. As orientações de Allan e o empenho e dedicação do casal formaram a parceria perfeita para o sucesso.


“Eles procuraram o Senar em busca de ajuda. Inicialmente, tinham uma produção diária de 25 quilos e, hoje, têm uma produção média diária de 70 quilos. Foi um aumento significativo”, orgulha-se o técnico de campo do Senar ao revelar o esforço de Gervaso e de Maria Antônia.

                 


Após os primeiros diagnósticos de Allam, Gervaso comprou resfriador, tanque para aquecer o leite, e começou a perceber a diferença nos resultados. A produção de queijo cresceu e a renda aumento.


Periodicamente, Allam visita o casal de produtores para o acompanhamento do trabalho da ATeG na propriedade. E essa relação, inicialmente restrita ao campo profissional, passou a ser afetiva.


“Me sinto como se fosse da família. Conversamos bastante e hoje temos uma relação de confiança e amizade”, completa o técnico de campo.


“É um motivo de orgulho participar do crescimento do produtor porque o papel do técnico de campo é fazer a diferença na vida das famílias. O Senar fez a diferença para essa família nesses anos de assistência técnica. Vendo o antes e o depois, o resultado é inspirador”.


Luciana Valadão, coordenadora de ATeG do Senar Goiás, também não disfarça o orgulho quando vê o empenho de Gervaso e Maria Antônia. “O técnico de campo acompanha a evolução do produtor. Ver todo o resultado desse processo mostra que o trabalho vale a pena e é um combustível para seguir em frente”.


Colhendo os frutos – Graças à produção de queijo, Gervaso e Maria Antônia não apenas aumentaram a produção e a renda, mas também transformaram em realidade sonhos antigos. A casa simples foi pintada e reformada.


Os filhos Ana Clara, 17, Gabriel, 15, e Arthur 12, estudam e desfrutam das melhorias proporcionadas pelos pais. A internet no sítio auxilia os filhos nos trabalhos escolares.


Outra conquista para os adolescentes foi o tempo maior dos pais para a família. “Antes, eles não tinham tempo nem para nos levar ao colégio e tínhamos de ir até a cidade para usar a internet”, conta a primogênita Ana Clara.


“Acho muito legal que eles têm um negócio próprio”, comenta o caçula Arthur. “Hoje eles nos proporcionam muita coisa que não tiveram”, complementa Gabriel, o filho do meio.

              


O exemplo de superação de Gervaso e Maria Antônia mostra como o conhecimento proporcionado pelo Senar transforma vidas. “Hoje eu não consigo imaginar nossa vida sem o Senar. Não tenho a mínima ideia de como que seria”, afirma Maria Antônia.


“Já estamos pensando em outro salto, em alcançar um outro degrau. E vamos continuar enfrentando desafios porque, com o apoio do Senar, fica muito mais fácil sonhar”, conclui Gervaso.


Fonte: Comunicação CNA


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